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O mercado de trabalho industrial registrou, em março, o melhor desempenho apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em quase dois anos, com aumento nas contratações, nas horas extras e no rendimento. O número de vagas aumentou 2,4% ante igual mês do ano passado, na maior expansão mensal desde agosto de 2008, fechando o primeiro trimestre com alta de 0,7%.
O economista da coordenação de indústria do instituto, André Macedo, avalia que os dados mostraram um "aumento generalizado" nas contratações, em termos setoriais e regionais. Segundo ele, os resultados positivos refletem uma aceleração em março no crescimento da produção do setor. Na comparação com fevereiro, o emprego cresceu 0,7%, o terceiro aumento seguido ante mês anterior, o que, segundo Macedo, confirma uma aceleração na recuperação do mercado de trabalho industrial.
Segundo ele, a expansão ante igual mês do ano anterior reflete a base de comparação deprimida de 2009, mas também o maior dinamismo industrial. De acordo com o economista, em março, ante igual mês do ano passado, comparação para a qual há disponibilidade de dados setoriais e regionais, 15 dos 18 setores pesquisados e todas as 14 regiões mostraram alta no emprego.
Para o economista, a principal novidade trazida pela pesquisa é o aumento no número de setores com resultados positivos, já que em fevereiro ainda havia seis segmentos em queda e agora há apenas três. Em janeiro, havia dez segmentos com resultado negativo. "Não é apenas base de comparação, mas aumento de contratações, como resultado do aumento da produção."
Macedo considera os resultados do emprego em março "favoráveis" e acredita que o bom desempenho no número de horas pagas no mês sinaliza para novas contratações. As horas pagas aumentaram 1% ante fevereiro e 3,7% ante março de 2009. "Esse é um indicador de que o emprego industrial deverá continuar a crescer nos próximos meses."
O analista da Tendências Consultoria Bernardo Wjuniski avalia que a aceleração da recuperação do emprego na indústria está "em linha com o desempenho bastante robusto da produção nos três primeiros meses do ano". Segundo ele, o forte crescimento da produção industrial previsto para 2010 ? segundo o último relatório Focus do Banco Central, de 10,3% ? deverá garantir bons resultados para a ocupação no setor este ano.
Macedo atribui os aumentos na folha de pagamento industrial em março (1,2% ante fevereiro e 5,6% ante março de 2009) ao crescimento do número de vagas e, também, à elevação no número de horas pagas, com efeito das horas extras. Pela pesquisa, as horas pagas aumentaram, em março, 1% ante o mês anterior e 3,7% ante igual mês de 2009.
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